sexta-feira, 22 de maio de 2009

Thermopylae. História do Clipper mais veloz do mundo

Finalmente o merecido livro !!!


Foi apresentado no Museu do Mar - Rei D. Carlos em Cascais o livro que descreve de uma forma muito completa toda a história e respectivo enquadramento, daquele que é "o veleiro mais rápido do mundo".

Da autoria conjunta de António Fialho, Augusto Salgado, Carmen Soares, Jean Yves Blot e Jorge Freire é sem duvida um livro de referência sobre toda a espectacular história do veleiro, abordando temas de uma forma aberta e sem ideias pré-concebidas, com rigor e onde se verifica um grande trabalho de investigação e dedicação.

O livro de capa dura, cheio de belas fotos e gravuras do "Thermopylae" tem 151 páginas, escritas em Português e Inglês.

No lançamento do livro a sala principal do Museu encontrava-se cheia de convidados ( alguns mergulhadores !! ) aos quais foi oferecido um exemplar do livro.

Quando no inicio de 2009 escrevi o artigo para a Planeta d'agua sobre a história do veleiro, além do fascínio sentido, troquei algumas informações com alguns dos autores e colaboradores deste livro, que de uma forma aberta e franca se disponibilizaram em contribuir com informações, fontes e ideias.
Sabia desde essa altura que este ano o livro seria publicado e confesso que me deixou na expectativa.
Assim, foi para mim uma honra conhecer pessoalmente algumas dessas pessoas e depois de ter "devorado" o livro ( é impossivel parar depois de se iniciar a sua leitura ) é sem dúvida o resultado de um optimo projecto que demonstra não só o conhecimento daquilo que se escreve, mas também uma enorme dedicação e gosto sobre arqueologia, história e veleiros.

Parabéns aos autores e a todos os envolvidos !!
Já era tempo de ser dado o devido valor e destaque ao "Thermopylae", á historia de Cascais e ao seu património subaquático.

Só falta agora seguir três direcções : a primeira, individualmente ou em grupo servir como exemplo e abraçar mais projectos semelhantes.
A segunda, uma maior e melhor divulgação não só deste local de grande valor, em Portugal e no Mundo, como também de outros existentes.
A terceira, a todos os envolvidos, apoiarem e colaborarem em conjunto tendo como objectivo a descoberta, investigação e preservação desse vasto e rico património.

Vale a pena a leitura do livro e a visita ao Museu do Mar - Rei D. Carlos, em Cascais.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Oceano de Plástico…

Foto : ExtremeDive- Cascais

Vivemos rodeados de uma das maiores invenções do Homem dos ultimos séculos.
Tudo é feito ou contém alguma parte de plástico.
A nossa dependência é tão grande que se conseguissemos banir o plástico das nossas vidas seguramente teriamos um recuo bastante significativo no desenvolvimento enquanto sociedade e espécie humana.
O problema é que quando foi inventado e se começou a generalizar o plástico, as questões ambientais não estavam no topo de prioridades e o próprio Planeta Terra tinha ainda alguma capacidade de resposta aos atentados que o Homem iria cometer sistematicamente.
Inventou-se o plástico, esqueceu-se de inventar a solução do que fazer ao plástico após a sua utilização !!
Hoje este problema é tão grave e sério que não há uma solução rápida e definitiva sem custos elevados de varia ordem e sem sacrifício ou alterações do nosso comportamento.

Recebi através de um amigo, um mail ao estilo "corrente", que falava desta triste realidade, das suas consequências e de algumas informações que deixam qualquer pessoa arrepiada e preocupada com o nosso futuro e principalmente com o futuro das gerações seguintes.
Dei comigo a pensar e a verificar como todos nós somos causadores desta triste realidade. Considero-me uma pessoa com preocupações ambientais, procuro evitar ao máximo que as minhas acções produzam desperdícios desnecessários, transmito e divulgo esses ensinamentos ás minhas filhas, contando que com isso venham a ser mais responsáveis e se sintam envolvidas nestas questões.
Felizmente muito também tenho aprendido com elas, porque em comparação com todas as gerações anteriores, têm muito mais conhecimentos e estão melhores preparadas para defenderem o ambiente e preservarem o Planeta.
Também porque nunca foi tão urgente como agora o compromisso de todos, qualquer que seja a sua idade.
Reciclagem, separação de lixo e reutilização são hoje conceitos que qualquer criança desde os primeiros anos na escola aprende, "obrigando", quando isso é necessário, os pais a mudarem os seus comportamentos, começando na sua casa ou no seu espaço.

Uma familia de quatro pessoas, em média produz cerca de 7 a 10 kg de lixo não orgânico semanalmente que, devidamente separado e colocado nos Eco-pontos equivale a cerca de 3 kg de plástico por semana. No final de um ano a mesma familia produziu mais de 150 kg de plástico !
Estes numeros são assustadores a uma escala mundial, sabendo também que cada vez se produz mais lixo, não pelo aumento do consumo, mas pela industrialização e massificação de toda a sociedade !


Estudos apontam para que cerca de 10% de todo o plástico produzido acaba de uma maneira ou de outra nos Oceanos.
Esta quantidade brutal de detritos plásticos criou um "oceano de plástico" situado no Oceano Pacifico entre o Japão e o Havai, aprisionado entre correntes e ventos que o mantêm mais ou menos encurralado num vortex gigante.
Imaginar uma extensão de oceano com 1000 km de comprimento, 10 metros de profundidade com 100 milhões de toneladas de todos os tipos e feitios de detritos plásticos é, uma visão aterradora e preocupante desta realidade e do futuro que estamos a preparar para as gerações futuras
Marinheiros que encontram este "oceano" falam de incredulidade e de tristeza profunda. Organizações Internacionais falam de impotência na resolução do problema, que passa não só pela remoção da quantidade monstruosa de plástico existente, mas pela tomada de medidas sérias na redução da sua utilização.

Para além dos efeitos tóxicos dos componentes do plástico, que em alguns casos excede várias vezes a concentração de fitoplanton em determinadas areas do Oceano, é também responsavel pela morte de mais de um milhão de animais marinhos por ano, entre aves, tubarões, tartarugas, etc.
Quem, durante os varios mergulhos, não se deparou já com a triste situação de encontrar artes de pesca perdidas ou abandonadas que continuam a matar ou mutilar variadas especies de animais marinhos ?



Fotos : ExtremeDive- Cascais

Tenho participado regularmente em Limpezas Subaquáticas, contribuindo assim um pouco para ajudar nesta "missão impossivel" de limpar o fundo dos Oceanos.
Ao longo destes anos, infelizmente, tenho visto serem retirados o tipo de objectos mais estranhos e tenho a certeza que grande parte deles não se trata de acidentes ou descuidos. São propositadamente atirados para o mar !
Quem o faz, não é responsabilizado pelo crime que está a cometer…
No passado Domingo, a convite da ExtremeDive de Cascais, que regularmente promove este tipo de iniciativas, junto com mais 5 companheiros e durante 45 minutos procedemos á limpeza do fundo, junto de dois pontões na marina de Cascais.
A quantidade de lixo retirada não foi muita, felizmente.
Mesmo assim entre pneus, plasticos e vidros ( garrafas e copos) o tipo de lixo retirado é significativo das atitudes dos utilizadores da marina.
Todos aqueles que utilizam o mar como passatempo, profissão ou diversão têm a obrigação de respeitar e de darem o exemplo na sua conservação, não permitindo este tipo de atitudes.

Infelizmente, o que tenho visto é que aquilo que se passa é precisamente o contrário...