terça-feira, 14 de julho de 2009

Fonte da Telha...ás portas de Lisboa !!

É sempre um prazer mergulhar na Fonte da Telha...

Este fim de semana, para "calibrar" a vista á realidade Continental Portuguesa, foi convidar um grupo de amigos e lá fomos fazer um mergulho no ex-libris do Cabana Divers, "Pedra da Lagoa"

Mergulhar apenas pelo prazer, sem maquina, sem objectivo a não ser estar com amigos.

Ao grupo de três ( eu, Paulo Carmo e Pedro de Carvalho ) juntou-se mais um mergulhador "turista" do país de nuestros hermanos.

Os pequenos filmes que aqui podem ver são da autoria do Pedro de Carvalho.

O primeiro, parece a ementa com elementos "ao vivo" da marisqueira da esquina...
São as filmagens do mergulho que fizemos.
O segundo, são alguns minutos de pura acção...que nos fazem ficar com uma inveja "do caraças" de não sermos capazes de estar assim dentro de agua.





Desta vez a descrição do mergulho fica pela velha máxima de que "Uma imagem vale mais que mil palavras"

Isto tudo a 30 minutos de Lisboa...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Lanzarote, Ilha de Fogo.


Há milhares de anos atrás, a conjugação de enormes forças vindas das entranhas da Terra juntaram-se para criar o Arquipélago das Canárias, um conjunto de 7 ilhas situadas a 1000 kms do sul da Península Ibérica e a 100 kms da Costa Africana.
As influências climatéricas da sua latitude Sul e a proximidade dos ventos quentes do deserto do Sahara influenciam e determinam o clima, a vida e a paisagem das ilhas.


No entanto, em Lanzarote é o seu passado geológico recente que marca a paisagem, tornando-a única, espectacular e original.
Lanzarote é semeada de vulcões ainda activos. Por toda a ilha é impossivel esquecer essa situação.
A zona sul e sudoeste, onde está localizado o Parque Natural de Timanfaya ( um dos mais visitados em toda a Espanha ) revela a paisagem criada pelas ultimas erupções vulcanicas de à pouco mais que 250 anos e que foram de tal modo intensas e significativas que desde essa data a vida e a ilha sofreram alterações muito profundas. Hoje serve como local de estudo para fenómenos idênticos em todo o mundo.
Afirmam os estudiosos que a zona afectada revela uma evolução ao nivel da flora e da fauna semelhante aos primórdios da origem do planeta, como se ali, forjado pelo fogo, naqueles 150 km2 pertencentes ao Parque Natural o inicio da vida tivesse uma nova oportunidade.
A fragilidade e singularidade é por demais evidente. Nas grutas há uma especie unica no mundo, que apenas se conhece a sua existencia naquele lugar, de uns minusculos caranguejos aquáticos.
No enorme mar de lava criado pelas erupções vulcanicas a vida resume-se a alguns répteis, insectos e liquens que teimam em sobreviver.


A cor negra, de tons dourados, castanhos e pastel conquistam a vista rápidamente. O contraste das casas brancas de janelas verdes pintadas pelo homem, equilibram a palete de cores como uma compensação pelos tons escuros da Natureza.



Depois, o engenho do Homem em extrair do solo de lava um excelente vinho que nasce nas encostas dos vulcões, cavadas e muradas para protecção dos ventos abrasadores, o espirito inconformado do artista que na sua inspiração cria oásis mágicos, usando apenas o que poderá sobreviver em tão pobre e inóspito solo : palmeiras e catos…muitos catos, de todo o mundo, que ao florescerem trazem consigo das mais belas e originais flores existentes na Natureza.


Fugindo, sempre que possivel, aos locais lotados de turistas conhece-se praias quase desertas, mantidas dentro de Reservas e longe de hoteis, de acesso dificil e condicionado.
Povoações inteiras transformadas num enorme mercado onde se vende todo o tipo de artesanato e produtos tipicos da ilha e onde afluem turistas de todo o mundo. De brincos a pulseiras feitos de materiais reciclados, tais como caricas (!!) e cuja artesã os mostra com orgulho, aos produtos feitos de lava, roupas de linho, couros e cabedais até aos lindos trabalhos de vidro ensinados pelas antigas tribos da América Central, conhecimento trazido para as ilhas pelos antigos conquistadores Espanhois e mantido como segredo de familias durante séculos e séculos.





A quantidade de lava expelida estende-se por kilometros a perder de vista, até encontrar o mar.
Se nas "Montanhas do Diabo" a vida é frágil e escassa, a Natureza compensou Lanzarote abençoando as suas aguas Atlânticas de uma explosão de vida incrível.
Com temperaturas na agua entre os 21 e os 24º C encontram-se aqui cardumes enormes de Xaréus, Barracudas, Salemas, Sargos, Atuns e demais especies características destas águas.



Para além dos cardumes, em todos os mergulhos fui brindado quase sempre por três espécies que encantam qualquer mergulhador : Meros, de pequeno e médio porte, Ratões, graciosos no seu vôo oceânico e Tubarões Anjo, "Angelotes" como são conhecidos, da Familia Squatina squatina.
Todos os mergulhos foram feitos através do Centro de Mergulho Rubicon Diving Center, localizado na bela Marina de Rubicon com um barco potente e bem equipado ancorado mesmo junto ao Centro, fazendo com que o esforço de carregar e descarregar todo o material seja facilitado.
Para além da loja de apoio, espaço para guardar o material e vestuário com banho quente, o Nitrox é oferecido ao preço de Ar para quem possuir a respectiva Certificação ( PADI ou TDI ).
Depois de no primeiro dia de chegada, a primeira incursão neste paraíso ter sido feito em apneia na "Playa de Papagayo" acompanhado pela filha mais velha, aquilo que vi deixou-me numa enorme expectativa da qualidade dos mergulhos.
Ainda em Portugal, tinha deixado reservado seis mergulhos com intenção de conhecer alguns dos spots que Lanzarote tinha para oferecer.
Todas as saidas seriam duplas, ou seja num dia fariamos dois mergulhos distintos com intervalo de superficie a ser feito no Centro de Mergulho ou no barco, dependendo da distancia dos spots.
Em qualquer das opções, durante o intervalo para além do merecido descanso, era fornecido um pequeno lanche para recuperar energias e liquidos.

Mergulho 1 - "Flamingo Reef"



Como seria de esperar era o unico Português. Fui extremamente bem recebido pelo Chris, que dirige o Centro para além de ser Instrutor e mergulhador técnico "convertido" aos Rebreather.
Depois de explicado o funcionamento e regras do Centro, fui convidado a assistir ao briefing dado pelo Josean, guia do grupo daquele dia.
Aquele primeiro mergulho serviria também como check dive, já que no grupo havia alguns mergulhadores com pouca experiencia. A profundidade não excederia os 14 metros e o tempo de fundo os 40 minutos.
A viagem foi rápida até ao spot que fica localizado em frente á praia "Flamingo".
O quebra-mar construído para oferecer maior abrigo á zona balnear da praia Flamingo e que na sua extensão quase sempre vêm até á superficie, oferece umas condições excelentes para a fixação dos cardumes de peixes.
O fundo de areia branca, sem vegetação, visibilidade superior a 25 metros, a referencia da "parede" do nosso lado e temperatura de 22º C fazem deste spot o local ideal para mergulhadores pouco experientes.
A agua quase cristalina permite ver o fundo da superficie, ainda dentro do barco. Junto ao cabo, coloco a mascara na agua e vejo nitidamente o ferro no fundo, onde um Ratão, talvez curioso pelo ruido e sedimento levantado se aproxima para investigar.


O buddy para este mergulho seria o Fernando, que das poucas impressões trocadas consegui perceber que para além de muita experiencia em mergulho, conhecia muito bem o local.
A vontade e ansiedade de mergulhar ali era tanta que fez-me várias vezes o sinal de "calma".
Ao fim de pouco mais de 5 minutos de imersão oiço o tilintar do guia e o característico ( e internacional !! ) simbolo de tubarão !!
Rapidamente desloco-me para o local apontado pelo guia e vejo no fundo pela primeira vez um Tubarão-Anjo enterrado na areia e encostado á muralha de pedra.
Pela presença dos mergulhadores á sua volta, o tubarão com cerca de 1 metro de comprido, sentindo o incomodo desenterra-se do fundo e deixa-se ficar quieto como que a posar para a fotografia.
Por indicação do guia, é sempre conveniente deixar uma linha de fuga aberta para o caso do tubarão querer deixar de ser o centro de tantas atenções.
Ao fim de talvez um minuto foi o que fez. Bateu as suas barbatanas e ondulando caracteristicamente seguiu a sua vida deixando um grupo de mergulhadores extasiados.
Seguimos o nosso mergulho e deparamo-nos com o maior cardume de peixe que já vi na minha vida. Ainda em choque pelo tubarão e quase que o regulador caí da minha boca com a nuvem de peixe que desfila na minha frente.
Mais uma vez oiço o tilintar do guia, insistente e continuo. Procuro á minha volta e já o Fernando indica o caminho com uma mão e o simbolo de tubarão sobre a cabeça com a outra.
Só penso : " Devem estar no gozo…!!!". Novamente, semi-enterrado na areia encontra-se um outro Tubarão Anjo. Desta vez bem maior, com quase 1,80 metros. Percebo então a insistencia do guia…
Estamos perante um exemplar com um tamanho muito proximo do máximo que estes belos animais podem atingir.
Desta vez quero conseguir uma foto do tubarão quando sair do fundo, não esquecendo que não me poderei colocar de frente, tapando a sua linha de fuga.


Esta especie de tubarão não ataca nem sequer é perigosa. Mas como todas as especies, para além do respeito que nos merecem, necessitam que os deixemos em paz e emboscados na sua busca de alimento. A disposição dos dentes na sua boca, quando motivado por algum descuido da parte dos mergulhadores, basta um pequeno toque para provocar um arranhão ou algo mais sério. Aliando a isso a velocidade de reação rápida e temos de tomar alguma atenção ás suas movimentações.
Coloco-me assim, junto ao fundo o mais perto que consegui tentando passar despercebido.
A reação é tão rapida que disparo quase de imediato após me imobilizar. O tubarão desta vez não foge pela linha de fuga prevista e rapidamente desvia-se para a esquerda, passando a meio metro da minha cabeça entre mim e o parceiro que estava a meu lado.
Faço ainda mais um disparo da maquina quase que por instinto. Infelizmente qualquer uma destas duas fotos ficam muito más.
Felizmente a Tashi regista o momento tirando uma bela foto do tubarão quando este se eleva do fundo.
Para mim chegava de aventuras com tubarões logo no primeiro mergulho !! Quero voltar a encontrar o belo cardume que pouco antes desfilou na minha frente.
A meia-agua e junto ás rochas da muralha deparamo-nos novamente com as centenas de peixes que em cardume se defendem de um grupo de barracudas que os observam a pouca distancia.
Acompanhamos e seguimos o enorme cardume até finalizar o tempo planeado para este mergulho. As suas movimentações em conjunto quase parecem feitas por um unico individuo.

Mergulho 2 - "Costa del Faro"



Depois de um pequeno lanche e de feito o intervalo de superficie, embarcamos para o segundo mergulho do dia.
Destino, a ponta Sudoeste da Ilha, algumas milhas depois do local do primeiro mergulho.
O mergulho aqui seria diferente. Profundidade máxima que não deveriamos exceder de 25 metros, mergulho feito principalmente em parede com o relevo do fundo a descer rapidamente para grandes profundidades.
Uma das caracteristicas que observei em Lanzarote, é que basta afastarmo-nos uns poucos metros da linha de costa e estamos em locais com profundidades consideraveis bem perto da costa.


O barco ferra numa pequena baía junto ao "Farol ( Faro, em Espanhol) de Pechiguera", local muito calmo onde nem sequer o vento fraco faz mexer a agua.
Novamente em grupo e guiados pelo Josean descemos pelo cabo do ferro até um primeiro degrau a cerca de 18 metros onde a rocha de lava escura cobre o fundo, numa especie de continuação da paisagem á superficie.
Desta vez sou acompanhado pela Bego, mergulhadora Basca e "aficionada por pecios". Formaremos equipa para os restantes mergulhos.
Talvez porque ambos estamos habituados a condições mais dificeis de mar devido aos locais onde mergulhamos, o que nos faz ter uma atitude de maior alerta e de atenção com o parceiro de mergulho, formámos uma bela equipa, com excelente entendimento e consumo semelhante o que permitiu ir melhorando e aproveitar o que de melhor os mergulhos têm para oferecer.
Com o mesmo tempo de fundo planeado de 40 minutos e com o tipo de fundo encontrado, foi procurar dentro dos buracos á medida que lentamente avançavamos, descendo na parede até á profundidade planeada, espreitando o abismo com a sua cor azul que nos chama e hipnotiza.
Lá mais abaixo, talvez perto dos 50 metros o grupo de 3 mergulhadores técnicos fazia os seus drills de troca de gases de descompressão enquanto subiam lentamente.


As Moreias, alguns Meros e muitas Aranhas do Mar foram os principais atrativos do mergulho.
Na coluna de agua para além das sempre presentes Barracudas, passou um grupo de Atuns a fazerem lembrar aviões em voo de formação.


Completados que estavam os 40 minutos planeados, já junto ao cabo e ainda com ar suficiente na garrafa, foi dificil cumprir com a "ordem" do guia Josean de nos fazer subir e dar por terminado o mergulho.
No dia seguinte estavam planeados mais dois.

Mergulho 3 - "Las Lenguas"



As formações de lava neste local fazem lembrar uma enorme estrela de vários braços. O plano é descer até ao topo da pedra, situada a 15 metros e depois descer até aos 20-25 metros onde o fundo é areia e fazer o mergulho contornando os "dedos" da rocha.
Em termos de diversidade de vida é dos mergulhos mais variados. No fundo vamos procurar os Tubarões Anjo e Raias ou Ratões, nos topos das pedras existem os cardumes de várias especies, no azul passam as Barracudas e Atuns enquanto que nas várias reentrancias e grutas existem desde Nudibranquios com quase 10 cm de comprimento, até Meros e Moreias que são dificeis de convencer a posarem para as fotos.

Um mergulho espectacular que vale pelo conjunto da paisagem e da visibilidade encontrada.
Decorridos os 40 minutos planeados, eu e a Bego somos "autorizados" a permanecer mais um pouco com o compromisso de não sairmos da zona formada pelos "dedos".

Mergulho 4 - Regresso a "Flamingo Reef"



Depois do intervalo de superficie e do merecido lanche, embarcamos mais uma vez em direcção á "Playa Flamingo", á sua muralha, aos Tubarões Anjos e ao enorme cardume residente !!
Um jovem casal Francês acompanha-nos só neste segundo mergulho.
Encontramos a visibilidade bastante afectada por muitas algas que flutuam e ondulam na coluna de agua, chegando a incomodar o proprio mergulho.
O aparecimento destas algas deveu-se ás correntes e ao aquecimento da agua. Nesse dia e nesse local a agua estava a 24º C, mas com muitas termoclinas e correntes.
Felizmente a quantidade de vida não foi minimamente afectada. Em poucos minutos vimos os Tubarões Anjo.


Se ainda tivesse alguma dúvida do prazer e fascinio de um simples mergulho, longe das condições ideais do dia anterior, bastava olhar para a cara de felicidade e emoção da jovem Francesa quando o Tubarão calmamente e sem esforço se elevou do fundo e foi procurar novo local para repouso.
Simplesmente inesquecivel !


No mesmo local encontramos o cardume de Xaréus e Sargos e do grupo de quatro mergulhadores em que me integrava quase em simultaneo reparamos num enorme Xaréu que tenta dificilmente passar despercebido no meio dos outros peixes mais pequenos.
Reparamos que os seus movimentos, apesar do esforço, sobressaiem dos demais. Reparamos que metade do seu corpo tem uma nitida dentada de um tubarão, possivelmente Tubarão Anjo que lhe atravessa todo o corpo de ambos os lados e que da meia lua caracteristica da dentada até á cauda está muito mal tratado.
Certamente não sobreviveu a mais um ataque dos predadores…

Mergulho 5 - "Waikiki"



Este ultimo dia de mergulho seria passado na costa Este de Lanzarote, para conhecer os fundos de "Playa del Carmen" e fazer os mergulhos mais fundos.
O primeiro do dia seria em frente ao restaurante que dá nome ao spot : "Waikiki"
Os fundos nesta parte da ilha são muito diferentes da costa Sul. Geologicamente mais antigos e menos afectados pelas ultimas erupções são praticamente fundos de areia salpicadas de formações rochosas ou paredes quase verticais. Já existe alguma vegetação e as rochas têm esponjas variadas.
A viagem de Rubicon até ao spot demorou cerca de 30 minutos, mas valerá cada embate sentido na agua e todo o esforço de nos segurarmos ao flutuador.
O plano é descer em grupo, seguir uma planicie de areia nos 18 metros até terminar e descer a parede vertical em direcção a umas pequenas grutas na cota dos 32 metros. A lanterna é fundamental neste mergulho.
O guia de hoje será o Rich Timmis, com quem troquei alguns mails ainda em Portugal para obter informações sobre os melhores locais na ilha.


No fim da planicie e enquanto me entretinha a fotografar uma estrela no fundo, sou observado por um pequeno Mero, com cerca de 50 cm. Extremanente curioso, mas que não me deixou aproximar muito.
Rapidamente desapareceu no sentido contrário ao meu deslocamento.
A sensação de num momento termos o fundo ali a pouco mais de 2 ou 3 palmos e no momento seguinte esse fundo desaparece é ainda das melhores sensações que o mergulho pode oferecer. Temos sempre que inspirar mais fundo do regulador, como que a absorver a energia debitada pelo azul vindo das profundezas.


Ao longo da parede, alguns corais ondulam com a ligeira corrente que nos empurra no sentido pretendido. Chegamos a uma especie de varanda coberta de areia e um Mero apressa-se a desaparecer na gruta que se encontra na nossa frente.
A gruta dá para uma dupla de mergulhadores entrarem lado a lado. É o que fazemos, depois de ligar as lanternas.
Deparo-me com uma camara mais larga que a entrada de forma oval e com uma fractura a meio no sentido horizontal.


Essa fractura como que divide a gruta a meio, ficando a metade superior em algumas partes recuada dando lugar a uma especie de pequenas covas na parede.
O mais impressionante é que dentro da gruta contei pelo menos três Meros, todos de tamanho já consideravel, cada um ocupando um buraco distinto.
Havia mais mergulhadores a quererem entrar e não tinha já muito tempo para ver cada centimetro daquela gruta.
Saí junto com a Bego que me fez o sinal de "três !" com a mão a confirmar o que tinhamos visto.
Começamos a subida aproveitando a continuação da "varanda" e deparamo-nos com um grande Tubarão Anjo na borda do ressalto como que a olhar para o azul infinito.
Depois de algumas fotos ao tubarão, regresso atrás perto da gruta onde a buddy tinha ficado.
Vejo a Bego a nadar rapidamente na minha direcção e a chamar-me insistentemente, sendo literalmente "perseguida" no fundo por uma enorme Raia Negra.
Era este belo exemplar que me queria mostrar !!
Nitidamente em busca de alimento, agitando as enormes asas, perseguia tudo o que se encontrava no fundo de uma forma frenética, levantando sedimento por todo o lado e fazendo uma "má vizinhança" terrivel !!.
De repente inverte a sua direcção, continua a arrastar-se no fundo até chegar no limite do precipício e desaparece.
Ficará para sempre gravada na minha memória o encontro com este belo animal ! Tinha de envergadura cerca de 2 metros e para mim estas raias são sempre um misto de animal sinistro e maravilhoso.

Mergulho 6 - "Blue Hole"



Não se trata de um verdadeiro "Blue Hole" mas de uma formação semelhante a um gigante funil.
O topo está a 5 metros, o que será uma ajuda no final do mergulho, afundando até aos 18 metros, onde depois estreita para um tunel bastante amplo com uma saida no outro extremo na cota dos 32 metros.
O mergulho pode ser feito também em sentido inverso, talvez até faça mais sentido e com a ajuda de uma boa lanterna o tunel deverá ter muito que observar.
No caso, o guia optou por fazer a descida do tunel e depois a subida por fora contornado a formação até terminar no patamar supeior dos 5 metros.
Meros, Ratões, alguns a passarem no azul, Barracudas e Peixes Trombeta são encontrados facilmente.


Quanto a vida mais pequena, Nudibranquios, Aranhas do Mar e Vermes de Fogo são também muito abundantes.
Um mergulho muito original que deixou vontade de repetir, já que ficou muito para ver.


Terminavam assim os 6 mergulhos que agendei para esta bela ilha…
O regresso a Portugal estava para breve e deixar Lanzarote começava a aproximar-se rapidamente.
Ficará para sempre a saudade de quem partilhou comigo todas estas sensações, a recordação de pessoas que gostam de receber e fazem tudo por garantir que a passagem neste paraíso seja recordado por muito tempo.


O Mundo têm tanto para nos oferecer que é dificil afirmar que um dia regressarei a Lanzarote.
Mas uma coisa é certa : vale a pena cada minuto passado quer em terra, quer no mar !!